IACRI - SP

 

 

A Missão Redentorista em Iacri: É tempo de semear

 
 

Paróquia São Luiz Gonzaga, em Iacri (SP), acolhe terceira fase da missão de 19 a 30 de março.  

O município de Iacri distante 550 quilômetros da capital paulista, tem uma área de 324 quilômetros quadrados e uma população estimada de 6,6 mil habitantes. Basicamente o município vive da cultura da cana de açúcar e do café, mas como se localiza a 80 quilômetros da cidade de Marília, que também é a sede da diocese, gravita ao redor desta cidade, sobretudo, naquilo que diz respeito à saúde, comércio e educação superior.

Em Iacri está assentada, desde 1940, a Paróquia dedicada a São Luiz Gonzaga, coordenada pelo seu pároco, padre Rafael Octávio Garcia, que está recebendo a graça das Santas Missões Redentoristas neste ano de 2014. Pela primeira vez na história, a cidade e todas as suas 7 comunidades urbanas e 5 comunidades rurais estão vivendo esta graça extraordinária.

O pároco disse que neste ano está tendo três grandes alegrias: “A celebração dos seus 25 anos de sacerdócio, seus 8 anos à frente da paróquia e agora, a realização das Santas Missões Redentoristas”.

 

"Os cinco setores formados para a missão não possuem capela. As missas acontecem nas casas das famílias. Oportunizando um momento especial de graça e conversão". 

Para um melhor atendimento pastoral, a paróquia é dividida em 5 grandes setores: setor São Mateu, setor São Marcos, setor São Lucas, setor São João e setor Nossa Senhora das Graças. Nenhum destes setores possui capela, por isso as missas e outras celebrações acontecem nas residências das famílias, o que provoca uma maior proximidade do padre com o povo das comunidades e dos setores.

Segundo o pároco, Pe. Rafael “as Missões Redentoristas ajudam a todos a tomar consciência de sua vocação de discípulos missionários, sentindo de forma mais intensa o envio missionário que o Senhor nos faz”.

Crianças durante a missão redentorista em Iacri

Fase por fase, a ação missionária vai se desenrolando...

A Ação Missionária Redentorista já é bem conhecida de todos e acontece através de fases consecutivas que vão se sucedendo tendo uma duração média de quatro meses. Em Iacri, teve início no dia 4 de dezembro de 2013, dia em que a missionária, Irmã Elizete Pereira Barbosa, das Mensageiras do Amor Divino, foi apresentada às comunidades para começar os trabalhos de organização das missões.

Missão da Visitação: Aconteceu de 5 de dezembro de 2013 a 10 de fevereiro de 2014, e nesse período foi realizado o levantamento sócio-religioso da paróquia e a visita às comunidades e setores para o mútuo conhecimento. Nesse período foram estabelecidos ainda os 31 grupos de evangelização (os setores missionários) rurais e urbanos, dentro daqueles cinco grandes setores.

Dia de Formação e Missão nas Famílias: De 12 a 15 de fevereiro de 2014 aconteceu a Pré-Missão, realizada pelos missionários redentoristas, padre Anchieta e padre Werner, com a visita e celebração em todos os setores e comunidades. No dia 16, na parte da manhã, foi realizado um encontro de formação com os Animadores e Auxiliares dos Grupos de Evangelização. A participação nesta manhã de formação esteve a contento e o povo respondeu bem ao apelo missionário, sendo esse momento de fundamental importância na preparação da segunda fase, chamada de Missão nas Famílias.

Entre os dias 17 de fevereiro e 18 de março de 2014, aconteceu a Missão nas Famílias quando os 31 Grupos de Evangelização percorreram as famílias levando a Palavra de Deus, incentivando a oração e a participação na vida de comunidade.

Outdoor em Iacri convida para as missõesTempo Forte de Evangelização: Por fim, a Terceira Fase da Missão está acontecendo agora. A abertura aconteceu no dia 19 de março e o encerramento com o início da Quarta Fase (Perseverança Missionária), está marcado para as 8h30, do dia 30 de março.

Missão nas Comunidades:

De 19 a 28: Visita Missionária e atividades nas comunidades rurais
De 19 a 24: Missão na Comunidade Nossa Senhora das Graças e São João
De 25 a 29: Missão nas Comunidades São Lucas e São Mateus
De 19 a 30: Missão nas Comunidades Matriz e São Marcos

 

Pe. José Anchieta Tavares, C.Ss.R.
Coordenador das Missões em Iacri

 

Pe. Inácio Medeiros, C.Ss.R. 
Equipe de Comunicação

 

 

Em Iacri as Santas Missões começarão agora em março.
Veja o artigo/memória que o José Carlos Criado nos enviou:
Ao ler no site da UNESER, https://www.uneser.com.br/eventos-programados/, que em março/2014 acontece santa missão em Iacri/SP, lembrei-me de ter alguma coisa guardada em uma caixa de madeira, onde coloquei tudo o que tinha de pessoal ao sair do Alfonsianum, em Cotia, no final de 1971.
 
Muitas cartas e até um caderno que usava como diário para conversar comigo mesmo sobre meu drama de sair do seminário, mudar de rumo, porque, muito contrariado, chegara a conclusão de que não seria um bom missionário redentorista e também um tanto perturbado com a resistência às mudanças que achava ser fundamental que nossos superiores adotassem e não aconteciam. Na minha cabeça não fazia a menor ideia das dificuldades pelas quais nossos mestres passavam. Devo ter aborrecido muito nosso reitor na época o Pe. Ângelo Licatti, a quem sou muito grato até hoje por sua imensa compreensão.
 
Hoje tenho consciência de que não passava de um “aborrecente” com 22 anos. Como dizia o Pe. Carlos da Silva, a modalidade de formação em seminário que recebíamos nos levava a retardar nossa maturidade em até 10 anos. Em compensação, meu neto, que ainda vai completar quatro anos daqui alguns meses, já apresenta sinais de “aborrecência” precoce. Encontro nesta caixa também uma longa carta de meu amigo Torati, expressando os mesmos sentimentos.
 
Mas, voltando ao assunto das missões em Iacri, tenho guardadas algumas cartas recebidas do grupo de jovens de Iacri, após a primeira experiência de nossa classe em um trabalho externo, em 1970. A segunda foi no ano seguinte, em Bastos, em 1971. Mas não foi o mesmo que em Iacri, onde me senti muito a vontade, juntamente com meus colegas de classe, Carlos Artur, Tarcísio, Casildo, Rubens, Torati, Paim, Ciro, Bragantim, entre outros, dos quais não me lembro mais. Não sei se eles ficaram tão marcados quanto eu neste trabalho.
 
Creio que não foi propriamente uma santa missão porque não tínhamos experiência alguma, muito menos com a juventude da época. Porém, pelas cartas, acredito que houve algum resultado positivo.
 
Em uma delas, a Nair, através da Maria, fala no aumento do número de pessoas frequentando a comunidade, planejando uma visita à Vila do Coqueiro para levar mantimentos às famílias carentes. Agradece, falando do aumento da união, amor, compreensão e amizade, no aumento de pessoas na cidade seguindo a Cristo motivadas pelo nosso trabalho. E, não consigo me lembrar de termos feito algo tão especial para provocar estes efeitos.
 
Ainda tenho a relação das pessoas das Comunidades São Luiz e do Pe. José, com as quais convivemos naquelas férias de 1970: Antônio e João Padula, Dna. Anita, Dna. Ana, Ildefonso, Dna. Nair Veronez, Félix, Doracy, Dna. Palmira, Dna. Gracinda, Ferramosca, Marli, Maria Lúcia Teixeira Lacerda, Marlene, Neide, Antônio Gílio, Dna. Ana Rosa, Lúcia Basan, Alice, Maria Eunice, Dora, Barbosa, Francisco, Manuela, Eduardo, José Carlos, Jair, Lígia Maria B. da Silva, Lúcia, Marina, Jofre, João, Suely, Nelson, Fátima, Adelino, Cláudio, Irineu, Márcia e Dna. Deolinda.
 
Meses após, em uma outra carta, a Maria demonstra seu desejo de ser freira e, com tristeza diz que seus parentes fazem gozação, dizendo ser bobagem e que estragaria sua vida. Não me lembro das respostas enviadas, mas continuei sempre respondendo às suas cartas, até sair no final de 1971, fechando tudo em uma caixa de madeira, que ficou pelo menos uns trinta anos sem abrir mais.
 
À noite, os grupos de jovens nos levavam para conversar em barzinhos. Foi quando tomei conhecimento da Cuba Libre (coca-cola com rum).
 
Ficamos em uma casa, só para nós, praticamente só para dormir. Os colchões eram enormes para caber bastante gente e seu enchimento era de palha de milho, faziam muito ruído quando alguém se mexia.
 
Também me lembro de uma forte discussão, que deveria ter sido um debate, com um pastor da Assembléia de Deus que foi até a casa onde estávamos para saber o que estávamos fazendo com o povo da cidade.
 
Em uma noite alguns de nós foram convidados para comer uma macarronada no sítio de um descendente de italiano. Fomos de carro por um caminho totalmente escuro, sem lua, cruzando uma plantação enorme de milho, até chegar em uma casinha de pau a pique. Fogão a lenha, chão de terra, tudo muito arrumadinho, iluminado com lampiões, as crianças afastadas para nos dar espaço, macarronada especial, com aquele molho vermelho, muito bom mesmo.
 
Como estava muito empenhado em trabalhar no “corpo a corpo”, saí várias vezes pelas ruas, batendo de porta em porta para falar de nossa missão na cidade, chamando para participar dos eventos.  Realmente esta cidade me cativou e senti muito a vontade de lá continuar trabalhando com aqueles jovens tão receptivos.
 
Como era época de festas juninas, fomos convidados para ir à noite em Tupã, cidade vizinha, da qual guardei também como lembrança esta pequena xícara em formato de caveira. Não me lembro quem foi que me deu.