MISSÃO EM RONDÔNIA

 

Próxima Missão em Guajará Mirim (RO) está prevista para a segunda quinzena de Maio de 2017. 

 

Planeje sua participação! Faça contato com a Coordenação da Uneser e acompanhe todos os preparativos!

 

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N. S. RibeirinhosPe. Francisco Lenine Viana Pires, C.Ss.R.

 1) História:
Vários grupos, na Igreja Católica, deram títulos e criaram suas imagens de Nossa Senhora, elegendo-a sua padroeira titular.
Trabalho há mais de 15 anos numa região, área e população ribeirinha, que faz parte da Bacia amazônica: área mais de 70% coberta por rios, igarapés, igapós e baías, apresentando-se, então, como área eminentemente ribeirinha. Pelo tamanho de sua população mereceria ter uma Nossa Senhora, como sua padroeira. Fiquei surpreso por não existir ainda uma Nossa Senhora dos Ribeirinhos.
Parafraseando Gonçalves Dias, diria: “Todos cantam sua Nossa Senhora, porque não cantar a minha?”
Com licença do Sr. Bispo decidi fazer mais esta homenagem a Nossa Senhora.
Pedi, então a um jovem de Calama, onde era pároco e ele pintou seu quadro, muito bonito e expressivo, que foi bento na Basílica-Santuário de nossa Senhora Aparecida e está na Igreja de São João Batista, distrito de Calama.
Ao me transferir para a diocese de Guajará Mirim, continuei o mesmo trabalho de atendimento às famílias que moram às margens do rio: Mamoré, Pacaás Novos, Ouro Preto e Novo. Conheci um escultor boliviano, que esculpiu todas as imagens e quadros da Catedral. Gostei muito de suas obras e lhe pedi que me esculpisse a imagem de Nossa Senhora dos Ribeirinhos. Dei-lhe as ideias principais e ele começou o trabalho, no começo de janeiro de 2008, terminando-a a 21 de março do mesmo ano.
A madeira foi tirada de um tronco de Canelão de 12 metros, do sítio de Armindo Machado de Lima. O nome do artista é Julio Cesar Cunavi Pariqui, que cobrou US$ 300,00 ou na época: R$ 700,00. Tiramos a madeira no dia 10 de dezembro de 2007.

2) Imagem: Simbolismo, Expressão e Mensagem.
Quando pensamos na imagem, assim a descrevemos ao artista:
- Imagem de Nossa Senhora
- Tendo aos pés uma canoa
- Dentro dela um pescador, em atitude de súplica.
Nossa Senhora estaria vestida com um manto, que do lado direito seria uma rede de pesca e do lado esquerdo, seu manto natural.
Ao sair da cabeça e do cinzel do artista, a imagem foi tomando sentido, adquirindo simbolismo e se transformando em expressão e imagem.

2.1) Tamanho: Um metro de altura por 40 cm de largura.

2.2) Rosto: Suave, levemente triste. Misto de ternura, carinho, cuidado e compaixão.
Mãe carinhosa
Medianeira de todas as graças
Beleza de Maria: Cheia de graça Imaculada
Triste, ao contemplar a situação de exclusão dos ribeirinhos: Lc. 2,28; Gn.3,15; JO.2

2.3) O olhar de Maria vai além da pessoa do pescador e se estende mais para a frente e para o lado.
Este carinho, atenção, cuidado, compaixão e socorro de Maria se estende a todos os ribeirinhos. Mesmo ao que não a conhecem, não a aceitam, não a imploram. É Mãe de todos os ribeirinhos.
(JO. 19,25; 2,1-10; Gn. 3,15)

2.4) Maria está fora da canoa, mas muito próxima dela. A rede de pesca do lado direito é parte de seu manto.
Embora em realidade e4 plano superior, Maria não está alheia, distante, ausente, indiferente e insensível à realidade, problemas e angústias do povo ribeirinho. Ao contrário, os conhece, está em íntima, direta e comprometida relação com eles, disposta a ajudá-los na solução dos mesmos.

2.5) Seu braço e mão direita se estendem para a frente, num gesto e tentativa de ajuda e doação.
Esta ajuda é efetiva e concreta, não meramente teórica e abstrata.

2.6) Maria segura um peixe, na mão esquerda, dando-o ao pescador.
O cuidado, proteção, atenção e socorro de Nossa Senhora, não se esgota, nem é de ordem e dimensão puramente religiosa, moral e espiritual. É integral, ou seja: completa, atingindo o ser humano todo: corpo e espírito, saúde, alimentação, meio ambiente, etc.

2.7) O pescador se levanta, tentando alcançar a mão de Nossa Senhora.
O pescador representa todos os ribeirinhos para os quais a pesca é necessidade de sobrevivência e atividade característica.
Lembra, também, a atitude de súplica deste povo, que, abandonado de todos, procura em Deus sua segurança.

2.8) Não há banquinho para o pescador, que tem que ficar em pé o tempo todo.
A necessidade e o apelo a Maria não admitem interrupção e descanso. Tem que ser contínua: ‘Orai sem cessar!” (1 Ts. 5,17; Lc. 11,5-10)

2.9) A mão, o braço e os dedos do pescador são exageradamente grandes, fora do normal.
Este aspecto da imagem tenta mostrar a grande intensidade da angústia e do pedido de socorro do ribeirinho. Angústia e súplica, que brotam do mais profundo de seu ser, como fruto de sua situação, também de extremo abandono.

2.10) O pescador está dentro da canoa, em cujo interior estão uma vara de pescar, uma espingarda e um terçado (facão).
A canoa, o terçado e a vara de pescar são instrumentos indispensáveis e, por isso, inseparáveis do trabalho do ribeirinho, que lhe garantem a sobrevivência. O terçado e a espingarda são, também, instrumentos inseparáveis e indispensáveis de defesa de quem está continuamente exposto aos mais diversos perigos, de um ambiente repleto das mais diversas ameaças à vida: a mata e o rio. Estes instrumentos revelam, também, que o ribeirinho está consciente de que ele não pode ficar numa atitude meramente passiva, esperando que Cristo, Maria e os irmãos façam tudo, mas deve fazer a sua parte, ou tudo o que pode, para resolver seus problemas.

2.11) Dois peixes pequenos dentro da canoa.
Mas sabem, também, que, por mais que façam, não conseguem muita coisa. Só dois pequeninos peixes … Só com seus instrumentos, técnicas, esforços e trabalhos humanos, não conseguirão tudo o que pretendem e precisam. Necessitam também da ajuda de Cristo, Maria e da Comunidade, Somos e devemos VIVER EM E COMO COMUNIDADE. Sozinhos somos e conseguimos pouco. Com Cristo, Maria e a Comunidade, multiplicarmos o pão que dará para todo mundo e ainda sobrará. (Lc.5,1-11; Jo.6,5-15 )

2.12) Canoa
Único meio de transporte do ribeirinho. Muitas vezes também sua casa, principalmente nas longas viagens.

2.13) Rio
É sua única estrada. Junto com a terra e a mata é sua fonte de alimento.
2.14.) Rachaduras na imagem
Falhas naturais da madeira, que não quisemos corrigir. Ribeirinho é excluído, por isso pessoa e vida rachada, violentada, incompleta e inacabada.

2.15) Aspecto rústico, não burilado, deixando aparecer as marcas dos golpes do cinzel.
Realidade dura da vida ribeirinha. Consequência de sua situação de exclusão e abandono.
Esta é a imagem da Mãe Ribeirinha, que será colocada em lugar de destaque no Barco-hospital. Que ela seja, de fato a lembrança da Mãe querida. E que ela seja a garantia de um trabalho de saúde integral para todos os ribeirinhos. Assim seja!

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DOS RIBEIRINHOS

MÃE RIBEIRINHA
NOSSOS RIOS NOS LEMBRAM: O BATISMO DE JESUS -NOSSO BATISMO. O MILAGRE DA CANÁ. A VIDA PÚBLICA DE JESUS: EVANGELHO ÀS MARGENS DE RIOS E LAGOS.
COM TEU EXEMPLO E AJUDA NOS COMPROMETEMOS: VIVER O CRISTO. VIVER COMO CRISTO. VIVER POR CRISTO.
ABENÇOA NOSSAS FAMÍLIAS: QUE ELAS REVIVAM TUA FAMÍLIA. PROTEGE-NOS! CUIDA DE NOSSOS DOENTES E IDOSOS. ENVIA-NOS MAIS MISSIONÁRIOS.
QUE NUNCA NOS FALTE O PÃO MATERIAL E ESPIRITUAL, O VINHO DA PAZ, DA JUSTIÇA E FRATERNIDADE. TRANSFORMA-NOS E NOSSA SOCIEDADE, DA ÁGUA DE NOSSA HUMANIDADE, PARA O VINHO DA TUA DIVINDADE, PARA QUE CHEGUEMOS UM DIA, À VIDA PLENA E DEFINITIVA.
M Ã E R I B E I R I N H A, R O G A I P O R N Ó S !

Pe. Francisco Lenine Viana Pires, C.Ss.R.
Membro da Academia Marial

(Com aprovação eclesiástica. † Geraldo Verdier. Bispo Diocesano de Guajará-Mirim).